quarta-feira, 8 de setembro de 2010

"POESIA AGRESSIVA" (crítica)


Para começar, reafirmo que sou fã da dramaturgia do Tarcízio Dalpra Jr.. Tenho gostado de todos os seus textos teatrais. Eles conseguem dizer muita coisa com frases claras, situações críveis e uma poesia agressiva que me agrada bastante. “Entre Infernos” tem tudo isso. E ainda mais uma carga de dramaticidade super envolvente, parece até que o autor tem idade pra ter vivido a ditadura brasileira dos anos 60/70! Parabéns total!
Atores: O Putz! está recheado de gente talentosa, por isso o espetáculo tem momentos preciosos de interpretação, mesmo para um texto bastante difícil para atores, imagino. Gostaria de destacar o Tairone, fiquei muito emocionado com a atuação dele. Dos demais atores também gostei muito, mas talvez ainda ficasse melhor se fossem eliminados alguns exageros de dramaticidade (hiper atuação).
Cenário e luz: Também gostei demais. Dão uma sensação de aprisionamento bastante coerente com o espetáculo... E bem bonito também. A sacada das garrafas e dos livros é perfeita para o clima da peça.
Figurino: Bonito, mas não me agradou muito. Me pareceu que "rouba um pouco a cena" do que realmente foi a ditadura que tivemos. Os religiosos parecem que estão fora do Brasil e no século 19. Fiquei na dúvida se isso colabora com o espetáculo.
A direção do Pablo é bastante corajosa e cheia de energia jovem, totalmente de acordo com o elenco que tem. Também estou ficando fã dele!
Bom, essas são impressões de uma única vez que assisti a “Entre Infernos”.
Desejo sucesso e vida longa a vocês...

Marcos Marinho
(Ator e diretor teatral. Atua também como figurinista e roteirista. Idealizador e coordenador do Espaço Mezcla)

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